
Ações federais miraram estruturas logísticas do garimpo em regiões estratégicas da floresta. Duas aeronaves foram neutralizadas e rotas de abastecimento fechadas. Governo Federal destrói pistas, aeronaves e acampamentos e fecha rotas do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami
Divulgação/Governo Federal
Uma operação do Governo Federal destruiu pistas clandestinas, aeronaves, acampamentos e outras estruturas mantidas por garimpeiros ilegais dentro da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Ao todo, foram dois aviões destruídos, um deles interceptado em pleno voo. O balanço foi divulgado nesta quinta-feira (3).
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A Operação Asfixia aconteceu entre os dias 9 e 29 de junho e teve como foco combater a logística do garimpo na região e impedir o reabastecimento de áreas de exploração mineral. (Veja o balanço abaixo).
Entre os principais alvos estavam duas pistas de pouso clandestinas, chamadas Mukuin e Noronha, que foram destruídas.
Também foram destruídas duas aeronaves: uma delas em solo e a outra interceptada pela Força Aérea Brasileira (FAB) em pleno voo enquanto sobrevoava o território sem plano autorizado no dia 23 de junho.
O piloto não respondeu às comunicações da defesa aérea e realizou um pouso forçado em área de mata fechada, numa tentativa de evasão. No interior da aeronave, foi encontrada uma carga de cassiterita extraída ilegalmente da Terra Yanomami.
Durante o período da operação, as forças destruíram mais de 100 estruturas ilegais e inutilizaram diversos equipamentos usados pelos garimpeiros. As ações concentradas nas regiões do Rangel e do rio Uraricoera foram possíveis graças a uma base montada em uma antiga pista do garimpo, de onde partiram ações aéreas, fluviais e terrestres.
Foram destruídos:
14 acampamentos;
67 barracos;
12 cozinhas;
6 geradores;
1 embarcação e 1 motor;
3 bombas d’água;
2 quadriciclos e 2 reboques;
1 motosserra;
9 placas solares;
12 motores diversos;
1.280 metros de fiação elétrica;
5 caixas separadoras de minério;
1.500 metros de mangueiras e cordas;
630 quilos de alimentos;
44 litros de bebidas alcoólicas.
As ações contaram com mais de 220 horas de voo realizadas por aeronaves da PRF, Funai e das Forças Armadas.
Governo Federal destrói pistas, aeronaves e acampamentos do garimpo ilegal
De acordo com o diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino, a operação atingiu o objetivo de sufocar a estrutura logística do garimpo ilegal.
“A Operação Asfixia cumpriu seu papel ao desmontar a estrutura logística do garimpo. Mas a nossa missão continua: manter a pressão, impedir o retorno dos invasores e garantir a preservação do território Yanomami”.
Segundo o governo, já estão em planejamento novas fases da ofensiva, com uso de tecnologia de monitoramento, ações financeiras contra redes criminosas e presença permanente em áreas-chave da Terra Indígena Yanomami.
Terra Yanomami
Com 9,6 milhões de hectares, a Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil em extensão territorial. Localizado no Amazonas e em Roraima, o território abriga 31 mil indígenas, que vivem em 370 comunidades. O povo Yanomami é considerado de recente contato com a população não indígena e se divide em seis subgrupos de línguas da mesma família, designados como: Yanomam, Yanomamɨ, Sanöma, Ninam, Ỹaroamë e Yãnoma.
O território está em emergência de saúde desde janeiro de 2023, quando o governo federal, a partir da posse de Lula (PT), começou a criar ações para atender os indígenas, como o envio de profissionais de saúde e cestas básicas. Além de enviar forças de segurança a região para frear a atuação de garimpeiros.
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