Ivan Lins ganha prêmio pelo conjunto da obra no Grammy Latino 2025, mas e no Brasil? Nada ainda… Que injustiça!…


Ivan Lins ganha o ‘Prêmio à Excelência Musical’ na edição de 2025 do Grammy Latino
Rodrigo Simas / Reprodução Facebook Latin Grammy
♫ ANÁLISE
♬ Compositor com 802 músicas cadastradas no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) de direitos autorais, Ivan Lins será homenageado na edição de 2025 do Grammy Latino pelo conjunto dessa obra monumental projetada no Brasil a partir de 1970 e no exterior a partir da década de 1980.
Aos 80 anos, festejados em 16 de junho, o artista carioca será laureado com o Prêmio à Excelência Musical no Grammy Latino 2025.
Concedida 20 anos após o álbum Contando histórias (2004) ter sido escolhido o Álbum do ano no Grammy Latino de 2005, a honraria reitera que a obra de Ivan Lins é mais cultuada fora do Brasil do que no país natal deste compositor fundamental na MPB, parceiro de letristas como Vitor Martins, Ronaldo Monteiro de Souza e Paulo César Pinheiro.
Criado pelo empresário José Maurício Machline em 1987, o Prêmio da Música Brasileira parte para a 33ª edição em 2026 sem nunca ter escolhido Ivan Lins como o homenageado da premiação, por exemplo, Da mesma forma, o Prêmio Shell de Música sempre ignorou o compositor enquanto foi concedido de 1981 a 2010.
No Brasil, Ivan Lins é respeitado, coleciona numerosos sucessos – alguns nas vozes de cantoras como Elis Regina (1945 – 1982), Fafá de Belém e Simone – e mantém público fiel, embora sem proporções massivas. Mas nunca foi percebido de fato como um compositor do primeiro escalão da MPB, ao qual pertencem Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Milton Nascimento.
Já fora do Brasil, Ivan Lins é idolatrado, sobretudo nos Estados Unidos. Nos EUA, o cancioneiro do compositor era reverenciado por ninguém menos do que o maestro norte-americano Quincy Jones (1933 – 2024), responsável por popularizar a música de Ivan no universo do jazz a partir dos anos 1980.
Nos Estados Unidos, o culto à obra de Ivan começou a ficar forte quando a balada Love dance (1988) – versão em inglês de Lembrança (1981) com letra escrita por Paul Williams a partir da música composta por Ivan em português em parceria com Gilson Peranzzetta – ganhou vozes como a da divina cantora Sarah Vaughan (1924 – 1990), abrindo caminho para que a obra de Ivan fosse cada vez mais aclamada entre os jazzistas em território expandido para os nichos de jazz da Europa.
Compositor de “extraordinária imaginação harmônica e brilhantismo melódico”, como sublinhou o Grammy Latino no comunicado em que anunciou o prêmio ao artista brasileiro, Ivan Lins merecia essa consagração há muito tempo, mas é oportuno e significativo que ela venha no ano do 80º aniversário do cantor, compositor e pianista. E seria ainda mais lindo e justo se um prêmio desse quilate lhe fosse dado no Brasil… Mas que nada… Somente lembram de celebrar Ivan Lins fora do Brasil…
Adicionar aos favoritos o Link permanente.