
Operação desarticulou grupo suspeito de lavagem de dinheiro, em Rosana (SP)
Polícia Civil
Uma operação da Polícia Civil desmanchou, na manhã desta quarta-feira (27), uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro, em Rosana (SP).
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As investigações da Operação Cineris tiveram como foco a estrutura central da organização, atingindo os principais integrantes do grupo criminoso, responsáveis por toda a cadeia de movimentação financeira ilícita.
De acordo com a Polícia Civil, o núcleo do grupo, formado por chineses, criava e movimentava empresas destinadas, exclusivamente, ao branqueamento de grandes valores ilícitos.
Além disso, o grupo chegou a contratar os serviços de uma empresa especializada na terceirização de operações de lavagem para conferir maior sofisticação e ocultação às transações.
Conforme os policiais, as investigações demonstraram que parte dos valores branqueados pelo grupo vinham da prática de golpes virtuais, o que motivou a apuração policial, quando um morador de Rosana foi vitimado.
Os suspeitos aplicavam golpes em milhares de vítimas em todo o país por meio de um site, hospedado em Istambul, na Turquia, onde eram simulados aportes de valores para falsos impulsionamentos de investimentos.
Após a captação ilícita, eram utilizados correntistas “laranjas” para abertura de contas em bancos digitais, possibilitando o recebimento dos valores oriundos dos golpes.
Uma vez abertas as contas, os investigados assumiam o controle desses aplicativos e faziam o repasse dos recursos para empresas criadas, exclusivamente, para a dissimulação, além de fintechs e gateways de pagamento, promovendo o retorno dos valores já lavados para os membros da organização criminosa.
Operação desarticulou grupo suspeito de lavagem de dinheiro, em Rosana (SP)
Polícia Civil
A Polícia Civil ainda informou que a organização criminosa fez uso de uma fintech para terceirizar a lavagem de parte dos valores obtidos com as fraudes eletrônicas. Essa empresa, além de atuar diretamente para a organização sino-brasileira, também promovia o branqueamento de valores milionários para outros segmentos criminosos, funcionando como uma verdadeira “lavanderia do crime” ao disponibilizar sua estrutura financeira para dar aparência lícita a recursos oriundos de diferentes atividades ilícitas.
O esquema envolvia, assim, o ciclo completo da lavagem de capitais, movimentando quase meio bilhão de reais em poucos meses.
A investigação apontou que os valores transacionados pelo grupo criminoso eram também advindos de outras facções, sem qualquer lastro legal.
A ação policial objetiva o cumprimento de sete mandados de prisão preventiva e vinte e dois mandados de busca e apreensão domiciliar nas cidades de São Paulo (SP), São José dos Campos (SP) e Ibiúna (SP).
Além disso, a Justiça, após pedido da Polícia Civil e concordância do Ministério Público, determinou o bloqueio de valores na ordem de R$ 480 milhões, suspensão das atividades econômicas de quatro empresas utilizadas no ciclo da lavagem de capitais, proibição de contato entre os investigados, mesmo que por interpostas pessoas, além do sequestro de sete veículos automotores.
A Polícia Federal também foi comunicada acerca da suspensão dos passaportes de todos os investigados, fruto da ação policial.
Os trabalhos investigativos, que perduraram por três anos, apontam indícios de que o grupo também escoava dinheiro para fora do país, tendo sido constatado, em curto período de tempo, diversas viagens dos alvos da investigação para o continente asiático.
Operação desarticulou grupo suspeito de lavagem de dinheiro, em Rosana (SP)
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