
Guilherme e Paula
Arquivo pessoal
O marido da estudante de medicina que morreu em um acidente de carro na BR-060 se desesperou ao saber da morte da companheira. O também estudante Guilherme Sampaio Cardoso, de 22 anos, contou ao g1 que soube do falecimento de Paula Abrantes da Silva pela mãe dele, no hospital, depois da primeira cirurgia. Ele está internado em estado estável na Santa Casa de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
“Nossa senhora. Não tenho nem explicação. É um ‘trem’ que não sei descrever. Foi tirado tudo de mim. A gente vivia juntos todos os dias. Éramos grudados 24 horas. Então, uma parte de mim se foi”, disse Guilherme.
O jovem conta que ele e Paula estavam juntos há mais de três anos. Ela já estava no quinto ano de medicina, já entrando no período de residência. Ele cursa o terceiro ano da faculdade. “Ela falava muito em ser endocrinologista. Eu ainda não sei qual área vou seguir. Mas gosto muito de cirurgia”, relatou.
Sobre o momento do acidente, Guilherme disse que só se lembra de “vultos” depois da última imagem da qual se recorda com clareza: o momento em que a caminhonete foi em sua direção, na BR-060. “Eu estava na minha via. A rodovia é de pista simples. Eu lembro que um caminhão estava vindo na outra via, no sentido contrário. De repente, só vi uma caminhonete na minha frente e veio o choque. Na hora, eu ainda gritei ‘nããão’ e apaguei”, descreveu o rapaz.
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Reprodução/Instagram de Lorena Valadares
“Alegre e espontânea”, define o marido
Segundo Guilherme, Paula era uma pessoa muito alegre e espontânea. “Ela era muito engraçada, alegrava todo local aonde chegava. E era muito cuidadosa em relação a tudo”, relembra.
Os dois estudantes moravam na mesma cidade, Alexânia, na região do entorno do Distrito Federal. Os pais dos dois já se conheciam e eles começaram a se aproximar por conta da faculdade. “Ela foi estudar no Paraguai primeiro. Ela me deu dicas sobre a faculdade, onde morar e tal. Então, começamos a namorar”, contou o rapaz, acrescentando que eles moravam juntos na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, onde cursavam medicina na Universidad Sudamericana.
Guilherme precisou passar por duas cirurgias, uma na tíbia, na perna esquerda, e outra na bacia, no lado direito. Ele conta que está bem, mas com muitas dores, em função dos procedimentos cirúrgicos. Segundo Guilherme, os médicos ainda não lhe deram previsão de alta.
Muito abalada, a mãe de Guilherme, Keila Sampaio, de 48 anos, disse que o filho ficou tão desesperado ao saber da morte de Paula que desejou que o acidente tivesse acontecido com ele. “Foi muito difícil. A reação dele foi de desespero. Ele ficou dizendo que queria ter ido no lugar dela. Eles se davam muito bem, foram bastante felizes juntos”, contou Keila ao g1.
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