
O professor de música de 49 anos, suspeito de estuprar ao menos três crianças de 4 anos em uma escola municipal de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, foi afastado das funções após uma das vítimas contar para a mãe sobre os abusos que vinha sofrendo na instituição.
Ao questionar a criança, dizendo que ela poderia confiar e que elas poderiam compartilhar segredos uma com a outra, a menina relatou que o professor a tocava de forma inadequada e introduzia objetos como lápis e faca na região anal. As informações constam no boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar (PM) na quinta-feira (21).
A menina disse ainda que era ameaçada pelo professor, que afirmava que, se contasse sobre os abusos, ele deixaria de dar aulas de música – atividade que ela gostava muito de participar na escola.
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Mãe notou comportamento diferente e buscou orientação na escola
A PM foi acionada após a mãe perceber mudanças no comportamento da filha nos últimos meses e obter o relato da criança. Aos militares, a mulher disse que até tentou questionar a filha sobre o motivo das lesões nas partes íntimas, mas a criança insistia que os ferimentos eram provocados por coceira na região.
Devido à recorrência, a mãe então foi até a escola municipal e conversou com uma professora. A docente então informou que o professor de música era o único do sexo masculino que lecionava para a menina e orientou a mulher a mudar a abordagem com a criança, a fim de ganhar a confiança dela e obter mais informações sobre a suspeita de abuso.
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Denúncia aponta outras vítimas
Ainda conforme o boletim de ocorrência, após saber da situação, a mãe não permitiu que a filha voltasse à escola e a levou na quinta-feira até um hospital da cidade para que exames fossem feitos.
A criança também contou para a mãe que o professor mantinha comportamentos semelhantes com outras crianças. Por isso, a PM foi até a residência de um menino e uma menina, indicados como outras supostas vítimas dos abusos.
Na casa de uma delas, a mãe da criança relatou que a vítima vinha reclamando de fortes dores na região íntima e que já havia sido diagnosticada com infecção de urina.
A criança foi levada ao hospital, mas não relatou abuso por parte do professor. Disse apenas que ele a abraçava com frequência e a colocava sentada em seu colo. Mas no atendimento médico, segundo a PM, foi constatado inchaço na região íntima.
Na casa da terceira criança, a mãe negou que tenha visto ferimentos no corpo do filho, mas que ele tem apresentado resistência em ir à escola. Ela foi orientada a levá-lo para receber atendimento médico e constatar os possíveis abusos.
Prisão do professor
A partir dos relatos, os militares abordaram o professor e o prenderam. Ele negou as acusações e afirmou não ter conhecimento de nenhuma queixa.
O celular dele foi apreendido para auxiliar nas investigações de estupro de vulnerável.
De acordo com a Polícia Civil, o professor foi ouvido por meio da Central Estadual do Plantão Digital e liberado por falta indícios e elementos suficientes que fundamentassem a ratificação da prisão em flagrante. Um inquérito foi aberto para apurar a denúncia.
Em nota, a Prefeitura de Patos de Minas afirmou que, ao tomar conhecimento da denúncia, determinou a instauração imediata de procedimento na Corregedoria-Geral do Município para apuração dos fatos.
Leia a nota na íntegra
“A Prefeitura de Patos de Minas manifesta total repúdio em relação à grave denúncia de estupro de vulnerável envolvendo servidor da rede municipal de ensino. Assim que tomou conhecimento do fato, a administração determinou imediata instauração de procedimento na Corregedoria-Geral do Município, para apuração rigorosa e ágil dos fatos.
O servidor já foi afastado das funções, e ressaltamos que serão adotadas demais medidas administrativas cabíveis em relação ao denunciado, assegurando o devido processo legal. Por se tratar de situação extremamente sensível, não serão divulgadas informações adicionais neste momento.”
Polícia Civil de Patos de Minas apura denúncias de estupro de vulnerável
Polícia Civil/Divulgação
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