
Paranaense na guerra da Ucrânia foge do país
O paranaense Lucas Felype Vieira Bueno, de 20 anos, percorreu mais de 1.000 quilômetros para deixar a Ucrânia após decidir abandonar o contrato militar que o mantinha no país.
Ele decidiu pela fuga depois que recebeu indicativos de que seria enviado para a linha de frente do conflito com a Rússia. Segundo o jovem, em junho deste ano, ele aceitou ir à Ucrânia como voluntário para trabalhar com operação de drones. Relembre abaixo.
Conforme Lucas, a fuga começou na madrugada de 12 de agosto, quando ele saiu a pé da base militar em que estava na região de Kharkiv, no nordeste do país.
Confira: Paranaense na guerra da Ucrânia foge do país após não conseguir quebrar contrato com o governo
O g1 optou por não revelar o país em que Lucas está e nem divulgar por qual das sete fronteiras ele fugiu para não comprometer a segurança do jovem.
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O deslocamento até a saída da Ucrânia durou cinco dias e parte dele foi feita a pé. Ele conta que também conseguiu caronas nas proximidades de centros urbanos.
No trajeto, Lucas passou por cidades como Kiev e Lviv. Ao todo, percorreu mais de mil quilômetros.
“A maior parte da minha jornada foi a pé […] Foram cinco dias da viagem mais tensa da minha vida […] Cada barreira que eu passava era um frio na barriga. Todo esse trajeto que fiz foi um tiro no escuro, eu não sabia se realmente iria conseguir sair dessa”, relatou ao g1.
Segundo ele, a maior dificuldade aconteceu quando chegou na fronteira que usou para escapar.
“A autoridade conseguiu puxar todos os meus dados, tomei um chá de cadeira, mas no fim consegui atravessar”, diz ele.
Agora o jovem avalia, junto com a família, se retornará ao Brasil ou permanecerá fora. “Meu futuro aqui é incerto, mas está melhor do que antes”, afirmou.
Lucas decidiu deixar o país após saber que iria para linha de frente do combate
Arquivo pessoal
O que levou a decisão de fuga
Lucas é natural de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, e firmou contrato com a Ucrânia em junho deste ano. O documento prevê, segundo ele, o tempo mínimo de seis meses de permanência na guerra.
No país, Lucas cona que recebeu um visto de turismo de três meses, concedido a brasileiros.
Em julho, ele publicou um desabafo nas redes sociais alertando que queria deixar o país alegando quebra de acordo, mas que não estava sendo autorizado. Na ocasião, ele disse que pediu apoio à embaixada brasileira, que afirmou que não poderia interferir, segundo o jovem.
À época, o Ministério das Relações Exteriores informou que, por intermédio das Embaixada do Brasil em Kiev, que prestava assistência consular ao brasileiro.
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Ministério recomenda que brasileiros recusem propostas de ir para guerras
Em junho deste ano, o Ministério das Relações Exteriores divulgou um alerta sobre o alistamento voluntário de brasileiros em forças armadas estrangeiras, no contexto de conflitos armados.
Segundo o órgão, tem sido registrado aumento no número de casos brasileiros que morrem em conflito ou que encontram dificuldades para interromper a participação nos exércitos.
Por isso, o ministério recomendou que propostas de trabalho para fins militares sejam recusadas. De acordo com eles, a assistência consular, nesses casos, pode ser “severamente limitada pelos termos dos contratos assinados entre os voluntários e as forças armadas de outros países”.
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A guerra na Ucrânia começou em fevereiro de 2022, quando o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma ofensiva militar contra o território ucraniano. Desde então, o conflito provocou milhares de mortes, milhões de refugiados e intensos combates, especialmente no leste e sul do país.
A Ucrânia conta com apoio militar, financeiro e humanitário de países ocidentais, como os Estados Unidos e a União Europeia. A Rússia, por outro lado, enfrenta sanções econômicas internacionais. Apesar das negociações em curso, ainda não há perspectiva concreta de fim do conflito.
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