
Pinguim encontrado morto em Jurerê, em Florianópolis, na manhã de quarta-feira (20)
Alan Pedro/NSC
Mais de 210 pinguins-de-magalhães foram encontrados mortos em duas praias de Santa Catarina em dois dias. Na quarta-feira (20), foram 136 em Jurerê, em Florianópolis. Na segunda (18), mais de 80 na Praia do Ervino, em São Francisco do Sul, no Norte do estado.
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Os pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) são animais migratórios. Por volta de março, eles deixam suas colônias na Patagônia argentina e nadam rumo ao Norte, passando pelo Uruguai e chegando ao Sul e Sudeste do Brasil. Essa migração acontece em busca de alimento e temperaturas mais amenas.
Em Florianópolis, desde 23 de junho, 1132 pinguins já foram registrados em praias da capital catarinense, até esta quarta, mas somente 79 estavam vivos no momento do resgate, e foram encaminhados ao Centro de Reabilitação da R3 Animal. A previsão é que os encalhes continuem até outubro.
Em 2025, o PMP-BS Univille encontrou 608 pinguins encalhados. Destes, 33 foram resgatados vivos. Sobreviveram e receberam atendimento veterinário no Centro de Reabilitação de Fauna da Univille São Francisco do Sul apenas nove animais.
Pinguins mortos em Jurerê, em Florianópolis
Associação R3 Animal/Divulgação
Por que tantos pinguins mortos nas praias?
Nesta época do ano, não é incomum encontrar pinguins-de-magalhães mortos nas praias catarinenses, conforme o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) da R3 Animal, que cuida da Ilha de Santa Catarina, e da Universidade da Região de Joinville (Univille), responsável pelo trecho onde fica São Francisco do Sul.
“É um número chocante para todos nós, mas é um cenário que a gente tem observado ano após ano nessa época do ano, entre outono e inverno”, explicou a coordenadora do PMP-BS da Univille, Jenyffer Vierheller Vieira.
“As mortalidades costumam atingir os indivíduos mais juvenis, que se perdem do bando devido à inexperiência, não conseguem encontrar alimento e acabam encalhando debilitados nas praias, apresentando sinais de afogamento e hipotermia”, disse Tiago Lisboa, técnico de Monitoramento da R3 Animal.
Outra causa das mortes está ligada à ação humana. Exames em aves encalhadas mostram que muitos morrem afogados após serem capturados acidentalmente em redes de pesca.
“Esse é um dado bem alarmante. Neste caso, fazer as denúncias para os órgãos responsáveis pela fiscalização do nosso litoral, para diminuir esse tipo de encontro, dos animais em vida livre com as redes de pesca irregulares”, declarou Vieira.
A realização do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.
Pinguins são encontrados mortos em praia de São Francisco do Sul, em SC
O que fazer ao ver um animal marinho vivo ou morto na praia?
Veja abaixo as orientações da R3 Animal:
Se o animal estiver no mar, não interfira; ele pode estar de passagem e o resgate ainda não é autorizado;
Se o animal encalhar na areia, não tente devolvê-lo ao mar;
Jamais coloque o pinguim em contato com o gelo;
Evite se aproximar do animal: ele pode se assustar e tentar voltar para o mar;
Afaste crianças, animais domésticos e curiosos;
Acione o resgate do PMP-BS: 0800 642 3341.
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