Ministro das Relações Exteriores da Rússia menciona mudança no território da Ucrânia como essencial para fim da guerra


O ministro das Relações Exteriores da Rússia mencionou uma mudança no território da Ucrânia como essencial para o fim da guerra.
Sergey Lavrov está no cargo há 21 anos. Já negociou com quatro presidentes americanos.
A única vez que não foi comandando diretamente por Vladimir Putin foi no governo de Dmitri Medvedev – na época, Putin era primeiro-ministro.
Em entrevistas a emissoras locais, Lavrov disse que a Rússia está aberta à reuniões – tanto bilaterais quanto trilaterais – desde que os interesses de segurança do país sejam levados em consideração.
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Enfatizou que um encontro “entre chefes de Estado” deve ser planejado com muito cuidado. Falou sobre aquela que os diplomatas europeus apontam como uma das exigências de Putin: que a Ucrânia ceda parte do território.
O chanceler afirmou que “frequentemente, mudanças territoriais são um componente essencial na resolução de conflitos”.
A Rússia ocupa hoje 20% da Ucrânia. Lavrov insistiu no argumento que Putin usa desde que anexou ilegalmente a Crimeia em 2014: de que a Rússia foi obrigada a invadir a Ucrânia para proteger a população de origem russa.
Lavrov não foi perguntado, por exemplo, sobre o fato de o Tribunal Penal Internacional ter emitido um mandado de prisão contra Putin por crimes de guerra, como a deportação ilegal de crianças da Ucrânia para a Rússia.
Alvos de críticas de Lavrov, os líderes europeus continuam mobilizados. Em Londres, o governo britânico comandou uma reunião das lideranças europeias, mais a Austrália, o Japão e o Canadá.
O presidente francês, Emmanuel Macron, quer que as próximas negociações de paz aconteçam em um país neutro, como a Suíça.
O governo suíço declarou que, se Putin estiver com propósitos de paz, o país pode, sim, recebê-lo. A Suíça é signatária do Tribunal Penal Internacional, que tem um mandado de prisão contra Vladimir Putin por crime de guerra. Ou seja, sem esse salvo-conduto, o russo seria preso.
O presidente do Conselho Europeu, o português Antônio Costa, afirmou que embora haja muito a ser feito — e nenhuma garantia de sucesso — a possibilidade de uma reunião bilateral entre Putin e Volodymyr Zelensky é “um enorme progresso”.
Sergey Lavrov, Ministro das Relações Exteriores da Rússia
Reprodução/TV Globo
Trump sugeriu ontem que esse encontro aconteça. E também uma reunião trilateral, com a presença dele ao lado de Putin e Zelensky.
Na reunião virtual que o primeiro-ministro do Reino Unido presidiu hoje com aliados, Keir Starmer descreveu as conversas na Casa Branca como “boas e construtivas”.
Falou que o encontro promoveu um “progresso real”. Ele disse ainda que a negociação das garantias de segurança, medidas para evitar que a Rússia volte a atacar a Ucrânia caso a guerra termine, já começou.
Horas depois do encontro virtual de hoje, a chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, escreveu que qualquer acordo para pôr fim à guerra deve ser “forte e confiável o suficiente para dissuadir a Rússia de se reagrupar e atacar novamente”. Que “não se pode confiar em Putin para honrar qualquer promessa ou compromisso”.
Ela disse ainda que o próximo pacote de sanções da União Europeia contra Moscou “deve ficar pronto no próximo mês”.
Em meio as conversas sobre o fim da guerra, os ataques dos dois lados continuam. A Rússia fez hoje (19) mais um bombardeio em larga escala contra a Ucrânia.
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