
Imagem ilustrativa de mulher vítima de violência.
Geovana Albuquerque/Agência Brasília
Desde que o auxílio aluguel passou a ser oferecido para vítimas de violência doméstica em 2023, Campinas (SP) atendeu 144 mulheres com o benefício. Ao todo, o município pagou cerca de R$ 943,9 mil em auxílio no período.
De acordo com a prefeitura de Campinas, a região que possui maior demanda é a região sul da cidade, onde estão bairros como Campo Belo, Jardim das Bandeiras, Jardim São Domingos e Jardim Icaraí; seguida da região norte, que abrange do Jardim São Marcos e Jardim Santa Mônica até Jardim Chapadão e Bonfim.
O auxílio-aluguel é um benefício temporário concedido pelo Governo de São Paulo para apoiar a vítima a se afastar da situação de violência. As beneficiárias têm direito a R$ 500 mensais, pagos por até seis meses, com possibilidade de prorrogação por mais seis meses caso continue em situação de vulnerabilidade. Confira abaixo como pedir o auxílio.
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De acordo com a Secretaria de Assistência Social, de janeiro a julho de 2025, 50 mulheres vítimas de violência receberam o benefício na metrópole. O valor total pago pela prefeitura ficou em cerca de R$ 430 mil. Veja os números por ano:
Mulheres beneficiadas pelo auxílio em Campinas
Julho de 2023 a Dezembro/2023 – 19
Janeiro a Dezembro/2024 – 75
Janeiro a Julho de 2025 – 50
Investimento feito pelo município
2023 – R$ 29.043,56
2024 – R$ 484.696,65
2025 – R$ 430.163,88
Como pedir o auxílio aluguel?
O pedido deve ser feito junto à rede municipal de Assistência Social. É nesse atendimento que começa o processo de cadastro no programa, com análise documental e encaminhamento à Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado.
O valor é depositado em uma poupança social do Banco do Brasil, que pode ser acessada por aplicativo ou diretamente em agências.
Para ter acesso ao programa, a mulher precisa:
morar no estado de São Paulo
possuir medida protetiva vigente
comprovar renda familiar de até dois salários-mínimos antes da separação do agressor
apresentar documentos que demonstrem vulnerabilidade, como relatório psicossocial ou inscrição no CadÚnico
Onde buscar ajuda?
Mulheres em situação de violência podem procurar ajuda nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), nos Centros de Referência Especializados (CREAS), nas Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs), nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), em hospitais, no Ministério Público, na Defensoria Pública e na Ordem dos Advogados do Brasil.
Esses serviços oferecem acolhimento, orientações e os encaminhamentos necessários para a proteção da vítima.
Violência e vunerabilidade social
Campinas registrou 41 homicídios no 1º semestre de 2025, segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) no dia 31 de julho.
Duas regiões do município concentram quase metade dos assassinatos: as regiões do 9º e 11º Distritos Policiais, que abrangem o Campo Grande, Satélite Íris, Ouro Verde e Campo Belo, concentraram 48,7% do total.
Na época, o advogado criminalista e especialista em segurança Antonio Carlos Bellini Júnior explicou ao g1 que as regiões de Campinas que contabilizam mais casos de violência são as regiões com maior vulnerabilidade social.
Bellini relatou que a região sul de Campinas é a que concentra maior índice de pobreza e possui maior quantidade dos homicídios. “Quanto menor a escolaridade, você tem uma tendência maior de ter casos de homicídio. Quando a pessoa tem relação com o crime, ela tem uma tendência maior a ser assassinada. Então, tem algumas características vinculadas a isso”, ponderou.
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