
Viúva de Nelson Mandela e filha participam de roda de conversa sobre proteção às mulheres em museu no Rio
A viúva do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, e sua filha participaram de um evento nesta sexta-feira (15) no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira, na Gamboa, Zona Portuária do Rio.
Graça Machel e Josina Machel estiveram em uma roda de conversa para compartilhar vitórias, traças estratégias e discutir como enfrentar a violência contra a mulher.
No centro do debate, vozes do outro lado do Atlântico trazem a força de histórias que mudaram destinos.
Viúva de Nelson Mandela e filha participam de roda de conversa sobre proteção às mulheres em museu no Rio
Reprodução/TV Globo
A moçambicana Josina Machel perdeu a visão do olho direito depois de ter sido agredida pelo companheiro. Em 2015, virou ativista pelos Direitos Humanos e criou uma rede de proteção para mulheres e meninas.
Ela falou sobre a importância de ajudar a quebrar o silêncio daquelas que estão no ciclo da violência.
“A primeira estratégia para acabar com o silêncio é fazer com que as mulheres saibam, tenham consciência primeiro do que é a violência. Que elas se sintam seguras o suficiente para quebrar o silêncio e o terceiro que elas tenham um sentido maior de justiça”, afirma Josina.
Graça destacou ainda que a base da luta contra as desigualdades de gênero passa pela educação.
“A educação sempre, mas no sentido mais profundo, mais lato da palavra em todas as gerações, em todos os ciclos de vida dos seres humanos”, afirma Graça Machel.
Viúva de Nelson Mandela e filha participam de roda de conversa sobre proteção às mulheres em museu no Rio
Reprodução/TV Globo
A luta pela vida das mulheres Josina aprendeu com a mãe, Graça. O pai de Josina, Samora Machel, presidente de Moçambique, morreu em um acidente aéreo em 1986.
Doze anos depois, Graça se casou com Nelson Mandela e continuou a luta em defesa dos Direitos Humanos, principalmente de mulheres e crianças.
“Ter contato com essas vozes é se aproximar de uma África histórica que está viva e atuante, uma África que defende as mulheres em pequeno plano. Nosso intuito aqui com esse evento é criar uma rede de trabalho, que seja uma rede panafricana trabalhando em defesa das mulheres”, afirma a historiadora Carolina Maíra.