
Governador Valadares foi um dos municípios afetados pelos rejeitos da Samarco
Zana Ferreira/G1
A Defesa Civil de Governador Valadares informou, nesta quinta-feira (14), que não há risco significativo para a qualidade da água no município após o acidente com uma carreta que transportava soda cáustica na região de Mariana. A informação foi confirmada com base em avaliação técnica do Núcleo de Emergência Ambiental (NEA), que acompanha o caso desde segunda-feira (11).
O produto químico chegou a atingir o Ribeirão do Carmo, mas, segundo o órgão, o sistema de captação e abastecimento da cidade não foi impactado.
“As análises indicam que a água que abastece o município não foi comprometida. A população pode permanecer tranquila”, informou a prefeitura em nota (veja o comunicado oficial no fim da reportagem).
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De acordo com a Defesa Civil, o monitoramento da situação segue sendo feito em tempo real em conjunto com o NEA e demais órgãos ambientais. As ações incluem:
Acompanhamento da qualidade da água e das condições ambientais;
Comunicação contínua por meio de canais oficiais;
Atualizações técnicas com base em análises periódicas.
O município reforçou que os canais oficiais da Prefeitura devem ser consultados pela população em caso de dúvidas ou necessidade de esclarecimentos.
O acidente
Segundo o Corpo de Bombeiros, o acidente aconteceu por volta das 12h45 de segunda-feira (11), no km 95 da BR-356, entre Ouro Preto e Mariana. A carreta que transportava soda cáustica tombou em um trecho conhecido como “Curva da Balança”, e o produto vazou na pista.
Acidente com carreta que transportava soda caústica foi na BR-356
Corpo de Bombeiros Militar
O motorista ficou ferido, com lesões graves no braço esquerdo, e foi socorrido pela equipe do SAMU à Santa Casa de Ouro Preto. O local foi isolado e o controle da substância ficou a cargo da equipe especializada da empresa AMBIPAR, com apoio de outros órgãos ambientais e de segurança pública.
Vídeo nas redes sociais
Após o acidente, começaram a circular nas redes sociais vídeos e mensagens com alertas sobre possível contaminação do Rio Doce.
Em um dos vídeos, o ex-deputado federal Duarte Júnior, que também é ex-prefeito de Mariana, afirmou que o produto químico teria descido pelo ribeirão e chegaria a cidades da região Leste de Minas, incluindo Governador Valadares e Ipatinga.
“É impossível que você cerque esse ácido depois de um acidente que você não conseguiria prever […] Então, Periquito, Governador Valadares, Ipatinga, Itueta, Rio Casca… todas essas cidades que estão após a cidade Mariana. Rio Doce, Santa Cruz, todo cuidado é pouco. Não utilize em hipótese alguma água do rio. Até o contato com a água nesse momento é muito arriscado”, afirmou no vídeo.
Ex-deputado federal e ex-prefeito de Mariana, Duarte Júnior, postou nas redes sociais que situação poderia chegar ao Leste de Minas
Reprodução
As postagens geraram questionamentos por parte da população e fizeram com que muitos moradores buscassem esclarecimentos com autoridades locais.
Alerta ocorreu em Mariana
O prefeito de Mariana, Juliano Duarte (PSB), também se pronunciou em vídeo. Ele afirmou que a água do Ribeirão do Carmo está fora dos padrões de qualidade, segundo análises realizadas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), e orientou os moradores da região a não utilizarem a água, nem mesmo para animais.
“Nossa equipe da Secretaria de Meio Ambiente, junto com o Instituto Habitat, já atua no recolhimento e no resgate de peixes, e a empresa responsável será notificada e multada”, declarou o prefeito.
A Defesa Civil de Mariana seguiu monitorando os impactos do vazamento no entorno do ribeirão.
População e os canais oficiais
A Prefeitura de Governador Valadares reforçou na nota que a água do município permanece dentro dos padrões de qualidade, mas que as análises seguem sendo realizadas de forma contínua. As informações sobre o caso serão divulgadas pelos canais oficiais. Veja o comunicado na íntegra:
Comunicado da Defesa Civil da prefeitura de Governador Valadares
Reprodução
O g1 solicitou um posicionamento para a empresa apontada como a responsável pelo material que vazou da carreta, mas não recebeu um retorno até a última publicação desta reportagem.
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