baleias-jubarte são flagradas nadando em praia do litoral de SP
Uma mãe e um filhote de baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) protagonizaram um momento único e emocionante ao surgirem diante de um grupo de pescadores próximo à Praia do Perequê, em Guarujá, no litoral paulista. As imagens, obtidas pelo g1, mostram os animais nadando lado a lado, esguichando jatos d’água e emergindo juntos em frente à embarcação (assista acima).
O registro foi feito na manhã do último sábado (9) pelo pescador Leandro Pereira, de 40 anos, que estava acompanhado de dois amigos. “Você vê o animal no habitat natural, na natureza, pulando, com o filhote, isso é magnífico, né? Não tem explicação, cara”, contou Leandro.
Morador do Perequê desde que nasceu, Leandro vem de uma família tradicional de pescadores. Ele contou que começou a pescar aos 13 anos, seguindo os passos do pai e dos avós. Mesmo acostumado com a rotina do mar, o momento foi único.
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“A gente se arrepia. Me lembra meu pai, que também vivia da pesca, e me traz uma nostalgia. É magnífico, um sinal de Deus”, afirmou.
Mãe e filhote de baleia-jubarte avistados no sábado (9), na Praia do Perequê (à dir.), e baleia-jubarte avistada na última quinta-feira (7), nas proximidades da Praia do Pernambuco (à esq.)
Arquivo Pessoal
Virando rotina
O pescador contou que a cena não chega a ser rara na região, mas é sempre surpreendente. Há cerca de cinco anos, ele avistou uma baleia na mesma praia, além de outros animais marinhos, como golfinhos e pinguins.
Na quinta-feira (7), Leandro contou que registrou outra jubarte, que estava sozinha, nadando nas proximidades da Ilha do Arvoredos, perto da Praia do Pernambuco, também em Guarujá.
Baleia-jubarte avistada na última quinta-feira (7), próxima à Praia do Pernambuco.
Reprodução
Período de migração
Ao g1, o biólogo marinho Eric Comim explicou que durante o outono as baleias-jubarte deixam a Antártida em direção às águas mais quentes do litoral brasileiro, chegando até Fernando de Noronha, PE, para ter os filhotes e amamentá-los.
“Elas fazem essa migração porque aqui encontram um mar mais calmo, com menor ondulação e temperatura ideal para os filhotes”, disse.
Após esse período, entre agosto e setembro, elas iniciam a jornada de volta às águas polares, onde os filhotes aprendem a se alimentar. Comim destaca que alguns indivíduos mais jovens não completam a migração até a Antártida e permanecem próximos a áreas como Ilhabela.
Uma jubarte pode chegar ao tamanho de um ônibus escolar e cada indivíduo possui manchas únicas na parte inferior da cauda, funcionando como uma “impressão digital” que permite a identificação individual e o acompanhamento de sua trajetória ao longo dos anos.
Baleias-jubarte são flagrados nadando em praia do litoral de SP
Reprodução
Números positivos
De acordo com o biólogo, o cenário atual é animador. Estima-se que cerca de 30 mil baleias tenham passado pelo litoral brasileiro nesta temporada, número considerado positivo e que indica um crescimento da população.
“Isso é um dado muito bom, muito importante. É sinal que a população está aumentando”, destacou Comim.
Regras de avistamento
Para garantir a segurança dos animais e a experiência responsável de observação, o especialista reforça a importância de seguir as regras:
Manter distância mínima de 100 metros com o motor ligado e 50 metros com o motor em neutro
Aproximar-se sempre com o motor em neutro ou desligado
Evitar persegui-las por mais de 30 minutos, mesmo respeitando a distância
Reduzir ruídos como música alta e buzinas a menos de 300 metros dos animais
Não tentar mudar a rota ou interromper o deslocamento das baleias
“As regras de avistamento são cruciais para proteger as jubartes e garantir que possam se alimentar, se reproduzir e migrar sem interferência humana”, completou.
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