Árvores dos anos 1970 afetadas pela enchente de 2024 serão derrubadas por risco de queda, diz prefeitura de Porto Alegre


Àrvores na Praça da Alfândega vão precisar ser derrubadas após estudo sobre impactos da enchente de maio de 2024 na arborização de Porto Alegre
Julia Ferreira/PMPA
A prefeitura de Porto Alegre anunciou que vai precisar derrubar sete árvores da Praça da Alfândega, no centro da cidade, por conta de danos causados pela enchente do ano passado. No local, serão plantadas outras 12 mudas de árvores.
Serão removidas uma paineira, três guapuruvus e três ligustros que apresentam risco de queda. Um eucalipto também está comprometido e precisará ser podado. Os guapuruvus, de acordo com a prefeitura, foram plantados no local na década de 1970, há mais de 50 anos. Saiba mais sobre a espécie abaixo.
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Os trabalhos serão realizados a partir desta segunda-feira (11) pelas secretarias de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) e de Serviços Urbanos (Smsurb). A previsão de conclusão é até sexta-feira, dependendo das condições climáticas.
Os estragos à vegetação por conta da enchente foram comprovados por laudos solicitados pela prefeitura, que listaram danos como quebra de galhos, necrose nos troncos, desequilíbrio nas copas e risco de queda de galhos ou estruturas inteiras.
Guapuruvu
Semente de guapuruvu tem formato semelhante a moeda ou ficha
Fábio Luis dos Santos/iNaturalist
O guapuruvu é uma árvore que pode ultrapassar 30 metros e ocorre desde o México até o Rio Grande do Sul, sendo dividido em duas variedades, uma exclusiva da Mata Atlântica (Schizolobium parahyba var. parahyba) e outra presente do México à Amazônia (Schizolobium parahyba var. amazonicum).
Imponente, chama atenção por seu tronco reto e grande copa, que fica coberto de flores amarelas.
O guapuruvu pode durar entre 50 e 70 anos, o que significa que ele cresce muito rapidamente, tendo sido apontada como uma das árvores nativas do Brasil com desenvolvimento mais rápido, podendo crescer até três metros por ano.
O crescimento rápido faz com sua madeira seja pouco densa e muito leve, o que impede seu uso em ocasiões que exigem resistência. Por outro lado, o guapuruvu é muito desejado para construção das famosas canoas de “um pau só”, embarcações construídas através de uma técnica em que se esculpe a canoa a partir de um único tronco. O nome da árvore significa, em tupi-guarani, literalmente “tronco de fazer canoa” (yya ou ignara = canoa; p’vú = tronco).
Além de guapuruvu, a espécie possui uma infinidade de outros nomes populares, incluindo pau-de-canoa, ficheira, bacurubu, bageiro, igarapobu, bandarra, faveira, paricá, pau-de-vintém, pirosca e vários outros.
Os nomes ficheira e pau-de-vintém fazem referências as sementes do guapuruvu, que são grandes e arredondadas, se assemelhando a fichas de jogos ou a moedas. Veja abaixo.
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