
“O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, posam durante um ato de assinatura trilateral na Casa Branca, em Washington.
REUTERS/Kevin Lamarque
Um alto oficial iraniano declarou à agência estatal Tasnim que o Irã pretende impedir a construção de um corredor previsto no acordo de paz entre Armênia e Azerbaijão (veja mais abaixo) e localizado próximo à fronteira iraniana com ambos os países.
🤝 Na última sexta-feira (8), o governo de Donald Trump intermediou a assinatura de um acordo de paz entre a Armênia e o Azerbaijão, cujo ponto central é a construção de um corredor viário, de 40 km, que atravessaria o sul da Armênia, unindo o Azerbaijão ao seu exclave de Nakhchivan e à Turquia; O acordo foi selado na Casa Branca pelo presidente azeri Ilham Aliyev e pelo primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan.
Na entrevista, Ali Akbar Velayati, conselheiro do aiatolá Ali Khamenei e ex-chanceler iraniano, declarou que a obra viária significaria a intromissão de um país da Otan na região e prejudicaria a estabilidade do Cáucaso.
“Além da Turquia, que é membro da OTAN, os outros países da OTAN também querem estar presentes nesta região. A OTAN quer se colocar entre o Irã e a Rússia como uma víbora, mas o Irã não permitirá isso”, disse o ex-chanceler iraniano.
Ele também ameaçou o governo de Donald Trump com uma reação iraniana, caso o projeto siga em frente.
“Donald Trump pensa que o Cáucaso é um pedaço de terra que ele pode arredar por 99 anos”, disse Velayati, referindo-se às condições de construção da passagem acordadas em Washington na última sexta-feira (8). “Essa passagem não se tornará um caminho para os mercenários de Trump — será seu cemitério,” acrescentou.
Anteriormente conhecido como “Corredor de Zangezur”, o projeto viário foi rebatizado como Rota de Trump para a Paz e Prosperidade Internacional (Tripp, na sigla em inglês) nos termos do acordo de paz assinado na Casa Branca.
A obra é considerada estratégica para os azeris, e a pressão para sua construção surgiu como uma tentativa de resolver o último conflito direto entre os dois países, ocorrido em 2020, que resultou no controle total do Azerbaijão sobre o sul da Armênia e no deslocamento forçado de 100 mil armenos na região.
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Trump anuncia encontro de paz histórico entre Armênia e Azerbaijão
O acordo de paz de Trump no Cáucaso
Pela proposta aceita pelo presidente do Azerbaijão e pelo primeiro-ministro da Armênia, a Armênia concederá, por 99 anos, os direitos de exploração econômica do Corredor de Zangezur aos Estados Unidos, mas manterá sua operação sob a jurisdição da lei armênia.
Após esse período, os americanos indiciariam um consórcio encarregado pelo desenvolvimento econômico da área, o que inclui a instalação de redes de energia, fibra óptica, petróleo e gás.
Em troca disso, os países da Ásia Central aceitariam cessar hostilidades que se arrastam há mais de três décadas, em razão da crise envolvendo
“Eles lutaram por muito tempo, 35 anos, e agora são amigos, e serão por muito tempo. Trinta e cinco anos de morte e ódio, e agora teremos amor e sucesso juntos”, disse Trump na cerimônia de assinatura na Casa Branca.
O acordo foi celebrado pelos líderes dos dois países.
“Se não fosse pelo presidente Trump e sua equipe, provavelmente hoje a Armênia e o Azerbaijão estariam novamente neste processo interminável de negociações”, falou o primeiro-ministro armênio”.
A Rússia também elogiou o acordo de paz, mas alertou que a intervenção externa pode complicar a situação no Cáucaso do Sul.
O Ministério das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, defendeu que a solução para a região deve ser construída pelos países vizinhos, como Rússia, Irã e Turquia, e que a participação externa deve fortalecer a paz, evitando criar divisões ou repetir erros de mediações anteriores.