
Japão relembra os 80 anos do ataque à Hiroshima
No ano passado, um excedente de quase um milhão de mortes em relação ao número de nascimentos fez o Japão ter o maior declínio populacional desde o início da série histórica, que se iniciou em 1968.
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, descreveu a crise demográfica de seu país, com o envelhecimento da população e as baixas taxas de natalidade, como uma “emergência silenciosa”.
Ele também prometeu políticas favoráveis às famílias, como creches gratuitas e horários de trabalho mais flexíveis.
No entanto, os esforços para reverter o declínio nas taxas de natalidade entre as mulheres japonesas tiveram pouco impacto até o momento.
O Japão teve 686.061 nascimentos, o menor número desde o início da série histórica em 1899, enquanto foram registradas cerca de 1,6 milhão de mortes.
Isso significa que, para cada bebê nascido, mais de duas pessoas morreram.
Essa diferença marca o décimo sexto ano consecutivo de declínio populacional, o que gera pressões sobre os sistemas de previdência e de saúde do país.
A taxa de fertilidade no Japão é baixa desde a década de 1970.
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Imigração
O número de residentes estrangeiros no Japão atingiu o recorde de 3,6 milhões em 1º de janeiro de 2025.
Hoje, imigrantes representam quase 3% da população do país.
O governo acolheu a mão de obra estrangeira de forma tímida, ao lançar um visto para nômades digitais e iniciativas de treinamento e capacitação, mas a imigração continua a ser um tema controverso neste país amplamente conservador.
O número total de habitantes do Japão está atualmente em 124,3 milhões.
Pessoas com mais de 65 anos agora representam quase 30% da população, a segunda maior proporção do mundo depois de Mônaco, de acordo com o Banco Mundial.
A população em idade ativa, definida como aqueles com idade entre 15 e 64 anos, diminuiu para aproximadamente 60% do total de indivíduos.
No Japão, para cada bebê nascido, mais de duas pessoas morreram.
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Um número crescente de cidades e vilarejos está se esvaziando, com quase quatro milhões de casas abandonadas nas últimas duas décadas, de acordo com dados do governo divulgados no ano passado.
O governo tenta há anos aumentar as taxas de natalidade com incentivos que vão desde subsídios para moradia até licença parental remunerada.
No entanto, barreiras culturais e econômicas profundamente enraizadas persistem e atrapalham essas iniciativas.
O alto custo de vida, os salários estagnados e uma cultura de trabalho rígida desencorajam muitos jovens a constituir família.
As mulheres, em particular, enfrentam questões de gênero arraigadas, que muitas vezes as deixam com apoio limitado no papel de cuidadoras.
A taxa de fertilidade do Japão — o número médio de filhos nascidos de uma mulher ao longo da vida— é considerada baixa desde a década de 1970.