Trump anuncia que encontro com Putin ocorrerá no dia 15 de agosto, no Alasca


Trump anuncia que encontro com Putin ocorrerá no dia 15 de agosto, no Alasca
Vladimir Putin com o enviado especial dos EUA Steve Witkoff
Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu o leste da Ucrânia em troca do fim da guerra na proposta apresentada aos Estados Unidos na quarta-feira (6), de acordo com o “Wall Streeet Journal”.
De acordo com autoridades europeias e ucranianas ouvidas pelo jornal americano, a oferta foi feita em seu encontro com o enviado especial de Washington, Steve Witkoff, e desencadeou uma disputa diplomática.
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Autoridades europeias expressaram sérias reservas à proposta, que exigiria que a Ucrânia entregasse a região conhecida como Donbass, sem que a Rússia se comprometesse com mais nada além de cessar os conflitos.
Também existe, segundo a reportagem, o temor de que Putin esteja simplesmente usando a oferta como uma manobra para evitar a punição dos EUA com novas sanções e tarifas enquanto continua a guerra.
Nesta sexta-feira (8), durante uma reunião com os líderes da Armênia e do Azerbaijão, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que se reunirá com Putin “muito em breve”, numa tentativa de pôr fim à guerra na Ucrânia.
“Vou me reunir muito em breve com o presidente Putin. Teria sido antes, mas suponho que, infelizmente, há medidas de segurança a serem tomadas”, comunicou, ainda sem fixar a data exata.
Atualmente, as tropas russas ocupam a maior parte de Donetsk e Luhansk, mas também estão presentes nas regiões de Zaporizhia e Kherson, ao sul, perto da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
Trump e Putin vão se encontrar pessoalmente nos próximos dias
Zelensky acusa Rússia de ignorar ultimato
Mais cedo, nesta sexta, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que a Rússia está ignorando o prazo dado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para um acordo com Kiev.
Em um post no Telegram, o ucraniano enumerou uma série de ataques que o país teria sofrido apenas nas últimas horas do último dia do ultimato de 10 dias estabelecido pelo republicano a Putin para não impor novas sanções e grandes tarifas ao governo russo.
“Foi estabelecido um prazo para a Rússia cessar o fogo. Vemos que os russos não estão levando isso em consideração – pelo menos por enquanto. Hoje, novamente, houve assassinatos, bombardeios russos. Mais de cem drones de ataque foram lançados contra a Ucrânia durante a noite e, ao longo do dia, houve ataques com bombas aéreas, ofensivas intensas na linha de frente, novos alertas de ataques aéreos em nossas cidades e comunidades. Ou seja, continua a caça russa contra civis. Isso é destruição consciente de vidas. Nenhuma ordem foi dada ao exército russo para parar”, disse.
Pouco antes, na mesma rede social, Zelensky contou que havia acabado de conversar com o primeiro-ministro da República Tcheca sobre o assunto e que o telefonema foi um dos “muitos contatos” feitos nos últimos dias.
O ucraniano também afirmou que segue seu “trabalho ativo de negociações com os parceiros para que haja uma posição comum em prol de uma paz confiável” e que pediu aos aliados que apoiem os esforços do governo dos EUA:
“Todos estão unidos pela ideia de que a guerra precisa acabar e que a Europa deve desenvolver uma posição comum sobre cada aspecto importante da segurança. Os Estados Unidos estão determinados a alcançar um cessar-fogo, e devemos apoiar juntos todos os passos construtivos. Uma paz digna, confiável e duradoura só pode ser o resultado de um esforço conjunto”.
Vladimir Putin, Donald Trump e Volodymyr Zelensky
Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS, Reuters e Genya Savilov/AFP
Escalada de tensões EUA-Rússia
O encontro entre Putin e Witkoff ocorreu em uma sala no Kremlin, em Moscou, e durou cerca de três horas. Assessores do governo russo, como Ushakov e Dmitriev, também estiveram presentes. O aperto de mão com sorrisos entre líder russo e o emissário de Trump no início do encontro contrastaram com a atual fase nas relações EUA-Rússia, de escalada de tensões e ameaças.
O emissário, braço direito de Trump em missões de paz, já havia se reunido em várias ocasiões com Putin, sem conseguir um acordo para o fim da guerra.
As relações entre Moscou e Washington ficaram ainda mais tensas desde a semana passada, depois que Trump enviou dois submarinos nucleares em resposta a ameaças do ex-presidente russo Dmitri Medvedev com o sistema nuclear apocalíptico “Mão Morta”.
A decisão de Trump de impor tarifas adicionais à Índia, por comprar petróleo da Rússia, também não agradou Moscou.
O republicano, que iniciou o segundo mandato em janeiro com a promessa de acabar com a guerra na Ucrânia em poucos dias, está cada vez mais frustrado com Putin.
O presidente russo pede que a Ucrânia ceda quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que o país renuncie ao fornecimento de armas ocidentais e ao projeto de adesão à Otan. Kiev considera as condições inaceitáveis.
Putin afirmou na sexta-feira que deseja a paz, mas se recusa a reduzir suas exigências.
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