Morto por linha chilena na Via Light festejava título do filho no futsal: ‘Era um guerreiro’, diz sogra


Homem morre degolado por linha chilena na Via Light
Era para ser um domingo de festa na família do pintor Jorge Luiz da Silva Marciano, de 38 anos. O filho dele, João Guilherme, de 8 anos, tinha acabado de ganhar campeonato de futsal pelo clube Madureira. Jorge voltava de moto, com a esposa na garupa, quando foi atingido por uma linha chilena. O corte no pescoço foi fatal.
O acidente – em decorrência de um crime, já que é proibido o uso da linha chilena – foi na Via Light, por volta das 16h de domingo (3), entre Mesquita e Nilópolis, na Baixada Fluminense. O menino estava em um outro carro.
“Foi uma cena muito forte. O menino ficou ali, parado, sem entender o que tinha acontecido. Eu cheguei na hora”, contou um homem que presenciou o acidente.
Um amigo de Jorge, que pilotava uma moto logo atrás, também foi atingido, mas com menos gravidade. Ele chegou por conta própria à UPA do Cabuís, teve ferimento superficial no pescoço suturado e recebeu alta.
Além de João Guilherme, Jorge Luiz deixa outros dois filhos e um sobrinho que criava como filho.
A sogra de Jorge, a cuidadora Miriam da Conceição, disse que o genro era “um guerreiro” e “muito trabalhador”.
“A mãe dele está em choque. Ele era um genro maravilhoso, sempre pensava na família. A maldita linha mata, e as autoridades não fazem nada. Tem que tirar essas linhas das lojas, de fabricação.”
A perícia chegou ao local por volta das 19h45. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu. O caso é investigado pela Delegacia de Mesquita (53ª DP).
Amigos e parentes voltavam de campeonato de futsal e festejavam o título
Maiane Brito/TV Globo
Uso é proibido, mas denúncias persistem
A linha chilena é proibida por lei no estado do Rio de Janeiro e em diversos outros estados, por causar acidentes graves e até fatais. Feita com quartzo moído e óxido de alumínio, é ainda mais cortante que o cerol.
Segundo o Disque Denúncia, nos cinco primeiros meses de 2025 foram registradas 366 denúncias sobre uso, produção ou venda de cerol e linha chilena no estado — sendo 271 apenas na capital. Em todo o ano de 2024, foram 549 denúncias, das quais 380 só no município do Rio de Janeiro.
Restos da linha chilena ficaram no asfalto da Via Light
Maiane Brito/TV Globo
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