Criados pelos avós desde a infância, irmãos retribuem cuidado: ‘Deram tudo que a gente precisava’


Avó Isabel Teixeira e neto João Pedro Souza
João Pedro Souza/Arquivo Pessoal
Neste sábado (26), é celebrado o Dia dos Avós. Para João Pedro e João Vitor, de Divinópolis, a data tem um significado ainda mais profundo: os dois foram criados pelos avós maternos depois de perderem a mãe e hoje, adultos, retribuem o amor e a dedicação que receberam.
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A história da família mudou em 2002, quando Renata, mãe dos meninos, morreu em decorrência de uma leucemia. Eles tinham apenas sete e quatro anos.
A pedido da própria mãe, os dois foram acolhidos pelos avós Isabel Teixeira e José Eustáquio Sousa, que moravam e trabalhavam na Escola Estadual São Francisco de Assis, em Divinópolis.
“Meus avós são meu mundo inteiro. Eles me deram tudo o que eu precisava, não só em termos de comida ou abrigo, mas em amor, em atenção, em tudo”, disse João Pedro.
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Isabel era cantineira e José Eustáquio, zelador da escola. Mesmo aposentados e enfrentando dificuldades financeiras, eles nunca mediram esforços para cuidar dos netos. Contaram com a ajuda da comunidade e criaram os meninos com carinho, disciplina e muita presença.
“Não foi fácil, né? Eram pequenos, e principalmente o João Vitor era muito agarrado com a mãe. Eles ficaram sem pai e sem mãe. O pai largou eles”, lembrou Dona Isabel.
Para João Pedro, o vínculo com o avô se construiu especialmente nas atividades do dia a dia. Era o avô quem o levava e buscava na escola de futebol, assistia aos treinos, ia com ele ao Mineirão torcer para o Cruzeiro.
“Era um vínculo maior, porque o vínculo de pai e mãe acaba que ficou para os meus avós. Lógico que eu lembro da minha mãe, mas a maioria da vida a gente passou com meu avô e minha avó, então eles acabaram virando meus pais”.
Dona Isabel e sua família na escola aonde viveu por muitos anos
João Pedro Souza/arquivo pessoal
Hoje, João Pedro e João Vitor são formados em Educação Física e moram com a avó no Bairro Santo Antônio, perto da escola onde cresceram. Com 30 e 27 anos, eles dizem que, agora, chegou a hora de retribuir tudo o que receberam.
“Minha avó sempre esteve lá, me dando comida, cuidando de mim, ensinando as coisas. Meu avô, mesmo trabalhando, sempre tinha tempo pra conversar, brincar. Agora, com a vida encaminhada, a gente já consegue ajudar um pouco”.
Dona Isabel se emociona ao falar dos netos. Para ela, vê-los crescidos, formados e presentes é o maior presente que poderia ganhar.
“O que mais me emociona é ver ele hoje tudo criado, formado e muito amoroso comigo. Graças a Deus estão todos formados, começando a caminhar”.
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*Estagiária sob supervisão de Mariana Dias
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